Colonialismo Cognitivo: As Preferências Implícitas da Comunidade Acadêmica Brasileira de Filosofia

Murilo Seabra, Luke Prendergast

Resumo


Esse artigo explora a hipótese da existência de preconceito de nacionalidade entre os membros da comunidade filosófica brasileira. Pós-graduandos e professores de sete departamentos de filosofia brasileiros avaliaram textos atribuídos a autores europeus e latino-americanos. A análise dos dados revelou uma preferência pelo autor francês em detrimento do autor brasileiro; entretanto, os resultados foram inconclusivos quando outras nacionalidades latino-americanas foram contrastadas com nacionalidades europeias. Esse estudo encoraja a conclusão de que a comunidade brasileira de filosofia tende a criticar os brasileiros que produzem filosofias próprias ao invés de se limitarem a comentar textos produzidos por autores europeus ou norte-americanos.

 

Abstract

This paper explores the hypothesis that nationality bias may be present in the discipline of philosophy in Brazil. Postgraduate students, lecturers, and professors from philosophy departments at seven Brazilian universities evaluated texts attributed to authors of European and Latin American nationalities. Analysis of the data revealed a preference for the French author over the Brazilian author; however, results were inconclusive when other Latin
American nationalities were contrasted with European nationalities. This study supports the conclusion that the Brazilian philosophy community is critical of Brazilians who produce philosophy of their own, rather than limiting themselves to the commentary of texts produced by European or North American authors.


Texto Completo:

Colonialismo Cognitivo

Referências


AQUINO, John. “Narcisismo às Avessas e a nossa Filosofia Brasileira”. In: Modernos & Contemporâneos,

Vol. 4, No. 8, 2020, pp.164-178.

CAPONI, Gustavo. “O Longo Braço de Goldschmidt: O Paradigma Uspiano na Filosofia Brasileira”. In:

Tempo e Ciência, Vol. 10, Nos. 19-20, 2003, pp.47-65.

COSTA, Newton da. “Transcrição da Entrevista com o Professor Dr. Newton Carneiro Affonso da Costa”. In:

História da Ciência: Depoimentos Orais Realizados pelos Arquivos Históricos do CLE – Unicamp, 1991.

HADDOCK-LOBO, Rafael. “Filosofia Brasileira: Uma Questão?”. In: Coluna Anpof, 05/10/2016.

HEGEL, Georg. Filosofia da História. Brasília: Ed. UnB, 2008.

HOOD, Shiralee. “Rock the Boat”. In: 30th Melbourne International Comedy Festival, 2016.

JOBIM, Tom. Encontros: Tom Jobim. Rio de Janeiro: Azougue, 2011.

MENIN, Rubens. “Por que Nunca Ganhamos o Prêmio Nobel?”. In: Infomoney, 15/10/2013.

PIMENTA, Danilo. “Ensino de Filosofia na Academia Brasileira: entre a Formação e a Deformação”. In:

Fermentario, Vol. 11, No. 1, 2017, pp.39-58.

PLUMWOOD, Val. Feminism and the Mastery of Nature. London: Routledge, 1997.

PORCHAT, Oswaldo. “Discurso aos Estudantes de Filosofia da USP sobre a Pesquisa em Filosofia”. In:

Fundamento, Vol. 1, No. 1, 2010, pp.18-33.

RAMOS, Alcida. “The Politics of Perspectivism”. In: Annual Review of Anthropology, Vol. 41, 2012, pp.481-

RIBEIRO, Darcy. “Entrevista com Darcy Ribeiro”. In: Horizontes Antropológicos, Vol. 3, No. 7, 1997, pp.158-

RIBEIRO, Lúcio & SANCHES, Pedro Alexandre.“O Maior dos Plágios?”. In: Folha de São Paulo, 25/05/2001.

SAFATLE, Vladimir. “Seria Necessário algo como uma ‘Filosofia Brasileira’?”. In: Coluna Anpof,

/10/2016.

SEABRA, Murilo. Metafilosofia: Lutas Simbólicas, Sensibilidade e Sinergia Intelectual, Brasília: Bibliofonte,

SILVA, Ozires. “Ozires Silva”. In: Roda Viva, 18/06/2018.

TEIXEIRA, Gabriela. “Por que o Brasil ainda não tem um Nobel”. In: Jornal do Campus, 05/11/2018.


Apontadores

  • Não há apontadores.