Rap como Arte e Filosofia: da genealogia e crítica da “moral de rebanho” em Nietzsche ao rap “Fizeste-me assim” de Drifa

Daúde Nossi Amade

Resumo


Este artigo parte da análise do rap como Arte e Filosofia a fim de fazer uma leitura dos conceitos genealogia e moral de rebanho ligados à Filosofia moral nietzschiana, em paralelo com o rap Fizeste-me assim do músico moçambicano Drifa. A Filosofia das artes toma para sua compreensão conceitos referentes à variados campos e mundos de vida, assim neste artigo considera-se os conceitos morais como códigos paraliterários à construção artística do rap Fizeste-me assim. Para Nietzsche, não há valores morais à priori, a moral é criada pelos Homens para regular a vida da colectividade, explica-se através do método genealógico. Interpretando os conceitos de genealogia e moral de rebanho em
confronto com a música Fizeste-me assim, observa-se que os textos de Nietzsche e Drifa, em diálogo de proximidades e afastamentos, fazem críticas à origem da construção e difusão dos valores morais e criticam a ideia do colectivo como o cânone dos valores morais.

 

Abstract
This article starts from the analysis of rap as Art and Philosophy in order to read the concepts of genealogy and herd morality linked to Nietzschean moral Philosophy, in parallel with the rap Fizeste-me assim from the Mozambican musician Drifa. The Philosophy of the Arts takes for its understanding concepts referring to varied fields and worlds of life, so in this article the moral concepts are considered codes that are paraliterary to the artistic construction of the rap Fizeste-me assim. According Nietzsche, there are no moral values previous, morality is created by men to regulate the life of the community, it is explained through the genealogical method. Interpreting the concepts of genealogy and herd morals in confrontation with the music Fizeste-me assim, it’s observed that
the texts of Nietzsche and Drifa, in a dialogue of closeness and distance, criticize the origin of the construction and diffusion of moral values and criticize the idea of the collective as the canon of moral values.


Texto Completo:

Rap como Arte e Filosofia

Referências


ARALDI, Clademir L. Nietzsche como crítico da moral. Dissertatio, v.27, n.28, p.33-51,

DRIFA. Fizeste-me assim (Vídeo). 06 de Novembro de 2017. Disponível em:

«https://www.youtube.com/watch?v=M_MRyMZNudk»

HEGEL, Georg W. F. Fenomenologia do Espírito (Parte II). Tradução de Paulo Meneses. 4ª

ed. Petrópolis: Vozes, 1999.

Hip Hop Subúrbio. Drifa – Fizeste-me assim. 11 de Novembro de 2017. Disponível em:

«https://hiphopsuburbio.blogspot.com/2017/11/drifa-fizeste-me-assim.html».

KRS-One. Hip Hop, filosofia, espiritualidade e metafísica. KRS-One e seus novos projetos

/Entrevistador: Temple Of Hip Hop. Tradução de Noise D. 31 de Maio de 2019. Disponível

em: «https://www.bocadaforte.com.br/destaque-bf/hip-hop-filosofia-espiritualidade-emetafisica-

krs-one-e-seus-novos-projetos».

LACOSTE, Jean. A Filosofia da arte. Tradução de Álvaro Cabral. Rio de Janeiro: Jorge

Zahar ed., 1986.

NETO, Francisco A. J. Genealogia e crítica dos valores em Nietzsche. Sapere aude, Belo

Horizonte, v.8, n.15, p.285-293, Jan./Jun. 2017.

NIETZSCHE, Friedrich W. A genealogia da moral. Tradução de Paulo C. de Souza. São

Paulo: Companhia das Letras, 1998.

________________. Além do Bem e do Mal: prelúdio a uma Filosofia do Futuro. Tradução

de Paulo César de Souza. 2ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2002.

________________. Aurora. Tradução de Paulo C. de Souza. São Paulo: Companhia das

Letras, 2004.

________________. A vontade de poder. Rio de Janeiro: Contraponto, 2008.

OLIVEIRA, Jelson. A moral como interpretação: a crítica nietzschiana à moral de rebanho.

Revista de Filosofia, Curitiba, v.15, n.16, p.57-64, Jan./Jun. 2003.

PLATÃO. A República. Introdução, Tradução e Notas de Maria Helena Pereira. 9ª ed.

Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1949.

SCOTT, Joan. Gênero: uma categoria útil à análise histórica. Trad. de Guacira Lopes Louro.

Educação e Realidade, v.20, n.2, p.71-99, Jul./Dez. 1995.

SHUSTERMAN, Richard. “Rap as Art and Philosophy”. In: Tott, Tommy L. & Pittman,

John. P. (eds.). A Companion to African-American Philosophy. USA: Blackwell, 2003.

AMADE, Daúde


Apontadores

  • Não há apontadores.